Relembrando a minha infância na capital
Oi! Meu nome é Leticia Souza Santos,
tenho 21 anos, nasci em 19/08/1998, sou a primogênita tenho um irmão de 14
anos, sou natural de Jequié- Bahia, mas me considero mesmo é soteropolitana
(Salvador-Bahia), pois aos 3 meses de idade fui com minha mãe e meu pai morar
lá, retornei à Jequié aos 12 anos, sendo assim, toda a minha infância foi
construída e vivenciada lá.
Em 2001, quando eu tinha 3 anos, a
minha mãe me levou a escola pela primeira vez. De acordo com o depoimento dela,
eu chorei bastante e rejeitei o espaço durante uma semana, pois, pra mim tudo
era muito novo, ter que ficar longe dos meus pais por algumas horas parecia ser
um pesadelo. Mas, aos poucos, fui me acostumando com as novas experiências, as
quais fazem parte do processo educativo de toda criança. Estudei em duas
escolas privadas durante o meu período de infância e sempre estava envolvida
nas atividades solicitadas e nas festinhas comemorativas, de certo modo não dei
“dores de cabeça” aos meus pais quanto aos estudos na minha infância. Fui
escolarizada através dos métodos tradicionais de ensino, os quais tem sempre o
professor como detentor de todo o conhecimento e o aluno como apenas receptor
de informações.
De acordo com informações de alguns
familiares, nos anos iniciais (Educação Infantil) entre os 4 e 5 anos eu
aprendi a reconhecer as vogais e algumas das consoantes, e por conta disso
fiquei muito alegre, sempre querendo demonstrar à todos que tinha o “conhecimento”
das letras.
Na minha infância eu vivenciei
momentos incríveis e inesquecíveis, como as primeiras descobertas, os primeiros
passeios, entre outros. Nestas descobertas, eu me lembro das vezes as quais eu
ia com meus pais, tia e tio, a um parque de diversão que tinha dentro do
Aeroclube (local ao qual não funciona mais atualmente). Eu amava ir a esse
lugar, lá eu me divertia, interagia com outras crianças, me socializava e era
feliz. Lembro-me também das viagens que fazia com minha família, para visitar e
conhecer os animais marinhos do Projeto Tamar, na Praia do Forte; desde lá, eu
comecei a entender à grande importância em preservar os animais, a natureza,
pois nada somos sem eles. Lembro-me ainda que eu sempre ia às missas com a
minha mãe e a minha tia, nesta mesma igreja eu passei pelo processo de
catequização, as aulas eram aos sábados pela manhã, até que chegou o dia de
celebrar a primeira comunhão, seguindo assim as normas da igreja. Segundo os
meus pais, eu fui uma criança na maioria das vezes obediente, que sempre dei
orgulho a ambos.
Recordo-me que eu era uma criança que
só tinha contato com muitas crianças na escola, e geralmente em casa eu só
tinha a minha prima Laís, que é 3 anos mais nova do que eu. Nós duas gostávamos
muito de brincar de boneca e de escolinha, eu ganhava muitas bonecas Barbie que
minha tia/madrinha me dava de presente, e nós tirávamos as roupas e
dávamos banho em todas elas, lavando os cabelos e fazendo a pia dos banheiros
de banheira de hidromassagem para as bonecas; já na escolinha, eu sempre era a
professora, ela uma das alunas e o restante dos alunos (as) eram
imaginários.
De maneira geral, a minha infância
foi uma fase muito especial para o meu crescimento, sendo ela a mais alegre da
minha vida, pois quando criança não tinha que me preocupar com os problemas da
“vida adulta”, foi nela em que eu aprendi a maioria das coisas que sei hoje, e
é por causa das minhas vivências e aprendizados desta que me tornei a mulher
que sou atualmente.
Atualmente é notória a grande
importância da criança para a sociedade, pois a criança tem a capacidade de
socializar-se, interagindo e contribuindo para o desenvolvimento desta, de maneira
que entende-se a criança como um ser ativo, que não se prende aos padrões
estabelecidos, a qual tem o papel de fazer a diferença na sociedade. Estando de
acordo com estudos de Andrea Braga Moruzzi (2010, p.132), em seu artigo sobre o campo
da sociologia da infância o qual ela fala que "A sociologia da infância
enfatiza a criança como uma população singular, que se constitui como ator
social, atuante na dinâmica social, perfeitamente possível de ser analisada
dentro da sociologia, capaz de formular rituais e culturas próprias (culturas
infantis) por meio de processos de socialização que não são, de modo algum,
verticais." Concordando com Moruzzi, a criança é
um ser que desenvolve as suas habilidades, criando, atuando, simbolizando e imaginando
o mundo através das suas brincadeiras, ou seja, de suas diversões. Esta citação
faz eu me lembrar de como é bom e importante ser criança. Mas, infelizmente não
podemos voltar ao tempo e ser criança novamente.
Pode-se perceber que as crianças de hoje,
tem mais autonomia quanto as suas ações no mundo, do que as crianças de alguns
anos atrás, cabendo a nós adultos e futuros professores mediar estas de maneira
consciente e correta. Na minha época de escola, eu não tinha a
liberdade em falar e se expressar através do meu ponto de vista, das minhas
vivências, pelo contrário, os professores eram quem davam a voz, e assim, eu
tinha que seguir os padrões impostos por eles e por todo corpo escolar.
Vale ressaltar que o que prevalece na
atualidade, na maioria das escolas brasileiras, são os mesmos métodos de
ensino, os quais ainda não passaram pelas mudanças necessárias, e assim, as
crianças continuam sendo prejudicadas, “aprendendo” na base da repetição e
memorização.
Este momento de relembrar a minha infância foi de bastante importância
para mim, não apenas para o meu processo de formação, mas também para o meu
crescimento como um ser humano, que faz parte de uma sociedade, e de um
sistema, ao qual precisa de mudanças. Dessa forma, pude entender que devemos
nos atentar e se importar com o processo educativo da criança, e sempre levar
em conta o seu contexto social, ou seja, a realidade vivenciada por cada uma.
Por fim, deixo aqui uma citação a
qual eu concordo sobre o ser criança e as suas potencialidades; para as
Diretrizes a criança é um "Sujeito histórico e de direitos que, nas
interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua
identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende,
observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a
sociedade, produzindo cultura" (BRASIL, 2010, p. 12).
Referências:
BRASIL. Ministério da Educação.
Secretaria de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil. Brasília: MEC, SEB, 2010.
MORUZZI, Andrea Braga.- A
Sociologia da Infância: esboço de um mapa. https://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/educacao/article/view/3675
Oi Letícia! Seu blog está muito bom. Entretanto, para potencializar mais acredito que você poderia trazer mais reflexões teóricas da disciplina de Marilete.
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